Palavras o vento leva

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PALAVRAS O VENTO LEVA... Nestes tempos de zapzap, o vice-presidente do Brasil Michel Temer resolveu ressuscitar uma das mais antigas formas de comunicação: a carta. Após a presidente Dilma declarar que “confiava no vice”, Temer não entendeu isso como elogio. Até ele reconheceu: “Quem pode confiar em mim?”. Então, ele resolveu responder ao que considerou uma provocação, uma ironia. E sob o argumento que palavras voam, os escritos permanecem (Verba volant, scripta manent), ele partiu para o ataque. A primeira palavra da carta é sintomática e já demonstra uma mensagem subliminar ao falar em “verba”. Temer chorou pitangas, desabafou, revelou mágoas, ressentimentos. Reclama que Dilma não precisava “alardear publicamente a necessidade da minha lealdade”. Diz que “sempre teve ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB”. Reclama de menosprezo, de ser tratado como vice decorativo, de nunca ter sido convidado para as festinhas, de nunca ter ganhado o presente de Natal que queria, de nunca ter sido levado para assistir um jogo no Maracanã, nem para o Rock in Rio. Muita gente sentiu falta de um tiro à la Getúlio Vargas. Realmente já não se fazem mais políticos como antigamente. +(http://psoares15.blogspot.com.br/2015/04/luis-inacio-e-os-30-picaretas.html?m=1)